Doenças autoimunes – uma metáfora Psicanalítica

Quando foi pedido para eu redigir algo sobre doenças autoImunes de um ponto de vista psicanalítico eu pensei; Como posso falar algo que é por essência uma questão biológica? a resposta que veio foi, um paralelo, praticamente uma metáfora.

A partir de uma idéia de que uma doença AutoImune é uma patologia que leva o corpo a se defender dele mesmo, chegando ao ponto de destruir células sadias, como por exemplo no diabetes tipo I, quando anticorpos atacam células do pâncreas que produzem insulina e assim, desencadeando o diabetes tipo I

Portanto uma Doença AutoImune poderia ser de forma metafórica como algo que chamamos na Psicanálise de Mecanismo de Defesa do Ego. Uma habilidade psíquica que possuímos onde nos defendemos de forma inconsciente contra elementos de nossa conduta os quais não suportamos, como egoísmo, hipocrisia, ansiedades, etc.

Assim como a doença AutoImune faz um ataque de nossas defesas do corpo contra o próprio corpo, um Mecanismo de Defesa rígido faz movimentos de conduta que de certa forma nos prejudica, Negação por exemplo, onde o ser humano nega algo que legitimamente é seu mas não suporta o fato, portanto, nega de forma dura, ameaçando sua saúde mental gerando ansiedades e angústias. Por exemplo: Um homem que é Homo fóbico assim faz pois inconscientemente possui duvidas sobre sua sexualidade, assim nega a homossexualidade de tal forma que pode ser até agressivo, trazendo problemas sérios.

Outro caso paralelo que poderia fazer é com pessoas que tem algo que chamo de “ganho secundário” ou seja, o paciente com sua doença tem algum tipo de ganho psicológico com essa doença, atrair atenção ou até mesmo carinho apenas. Logo, é uma mistura perigosa, um paciente com uma doença AutoImune, somado ao seu “ganho secundário” podemos ter ai um típico maníaco depressivo, hipocondríaco, neuroses em geral, etc.

Quanto ao tratamento psicológico a uma doença AutoImune é um trabalho em conjunto com outros profissionais, assim como o Médico, o psicólogo, psicanalista, terapeuta ocupacional, fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, enfim, vários profissionais podem ter um papel importante nas diferentes doenças AutoImunes que existem.

Um acompanhamento psicanalítico se faz presente e importante quando o diagnóstico apresentado tem fundo psicológico de certa forma, como por exemplo o Lúpus eritematoso sistêmico, Erupções cutâneas em forma de borboleta na região abaixo dos olhos e nariz, preenchendo também as bochechas, tipicamente em pessoas com lúpus. Esta é um tipo de doença AutoImune onde a presença de uma análise ou psicoterapia seria importante, onde podemos trabalhar causas ansiógenas, angustiantes que geram o nervosismo agravando as erupções, além da aceitação da dificuldade frente ao problema estético que se apresenta.

Portanto, apesar da doença AutoImune ser tipicamente um tratamento medicamentoso, é possível um acompanhamento psicológico com o intuito de fortalecer as bases psicológicas do paciente para que assim sua recuperação seja menos estressante, angustiante, mais agradável e com o mínimo de traumas psicológicos possíveis.

Comments (1)

Neeem me fale em ganho secundário, Doc... esse é o meu pior pesadelo! rsrsrs. Adorei o artigo, mto bacana a sua comparação. E, se fosse olhar bem de perto, o mundo todo deveria fazer terapia...hahahaha.

Bjones

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